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Resenha - O Xangô de Baker Street

  • Marcelo Esteves
  • 11 de mar. de 2016
  • 2 min de leitura

Autor:Jô Soares Título: O Xangô de Baker Street Editora:Companhia de letras Ano:1995 Páginas:350

O roubo de um violino de valor calculavelmente precioso (um Stradivarius) é o ponta pé inicial para uma trama rica de acontecimentos hilários e inesperados. Muito do que acontece de engraçado é fundamentado por atitudes e ocasiões inesperadas, como um porre de caipirinha que acomete o famoso detetive, entre suas experiências com a comida brasileira (o vatapá se mostra muito forte e pesado para o paladar europeu) ou até mesmo o envolvimento com a “marijuana” e as mulatas cariocas. Jô Soares aproveita muito bem vários atrativos de nossas terras ensolaradas e até mesmo a malemolencia do povo da terra de D. Pedro II e coloca o herói inglês em situações discutíveis, deixando-o até MUITO aquém de suas possibilidades de discernimento e capacidade, mas eu particularmente consigo levar em consideração. Aqui é Jô Soares escrevendo, não Sir Arthur Conan Doyle e o personagem em questão foi somente “pegado emprestado”. O romance tem como cena, um Rio De Janeiro do século 19 e entre momentos reais e contribuições ficcionais, a história é contada com entusiasmo e nos apresenta um Sherlock diferente do que Doyle poderia criar. Holmes se depara com um Serial Killer astuto e que sabe perfeitamente como agir para não ser capturado, deixando em cada cena dos crimes que comete, uma corda de violino. Nosso querido detetive, que a priori veio ao Brasil para desvendar o roubo do violino, se envolve com a trama dos assassinatos, tentando desbaratar tais crimes, mas toda a perspectiva brasileira atrapalha mais do que ajuda. Até em um terreiro de candomblé o inglês está presente, descobrindo que é filho de Xangô. Junto ao seu fiel amigo Watson e auxiliando o delegado Mello Pimenta nas investigações sobre tais crimes hediondos, Holmes é caracterizado com toda a formalidade britânica a que estamos acostumados, mas fica a dúvida se toda sua perspicácia é suficiente para desvendar a audácia do assassino. Jô Soares conduz a ação com muita propriedade, pois faz um passeio histórico pelo Rio de forma bastante acertada e contundente, provendo um romance bem gostoso e envolvente de se ler.

Jô Soares conduz a ação com muita propriedade, pois faz um passeio histórico pelo Rio de forma bastante acertada e contundente, provendo um romance bem gostoso e envolvente de se ler.

 
 
 

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